26 de janeiro de 2019

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De Ipiaú à Medicina na UFBA: A Vitória de Breno e o Desafio de Permanecer



Em janeiro de 2019, a trajetória de Breno Santos Oliveira, um jovem de 18 anos natural de Ipiaú, na Bahia, tornou-se uma fonte de inspiração e debate. Estudante exemplar de escola pública, Breno alcançou um feito notável: foi aprovado para o cobiçado curso de Medicina na Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador, através do Sisu, ostentando uma expressiva nota de 960 na redação. Essa conquista, resultado de imensa dedicação, trouxe consigo um novo e significativo desafio: como viabilizar financeiramente a realização desse grande sonho na capital baiana?

Breno é filho de uma vendedora de acarajé e abará e de um pedreiro. Desde cedo, ele enxergou na educação o principal meio para transformar sua realidade. Aluno do Colégio Estadual de Ipiaú, não media esforços nos estudos, frequentando lan houses para pesquisas e dedicando horas à leitura. A aprovação em Medicina na UFBA, uma das instituições de ensino superior mais respeitadas do Brasil, foi o ápice de anos de empenho e disciplina.

Contudo, a euforia da aprovação foi rapidamente acompanhada pela apreensão. Mudar-se de Ipiaú para Salvador, onde o curso é integral e presencial, implicaria despesas consideráveis com moradia, alimentação, transporte e os materiais didáticos, notoriamente caros na área médica. Para sua família, que sempre lhe ofereceu apoio incondicional, arcar com esses custos representava uma barreira financeira substancial.

Na época, a mãe de Breno, Dona Valdirene, compartilhou em entrevistas o misto de orgulho pela conquista do filho e a angústia diante dos obstáculos econômicos. O próprio Breno, consciente dos desafios, mas determinado a não abandonar seu sonho, começou a buscar alternativas e formas de apoio para viabilizar seus estudos.

O caso de Breno Santos Oliveira lançou luz sobre uma realidade vivenciada por inúmeros estudantes de baixa renda em todo o país. Mesmo após superarem as exigentes barreiras dos vestibulares para cursos de alta demanda em universidades públicas, muitos encontram na permanência estudantil o seu maior obstáculo. Embora existam programas de assistência estudantil, como o Programa de Assistência Estudantil da UFBA (Paes), mencionado na reportagem original do Correio 24 Horas, eles nem sempre conseguem suprir todas as necessidades imediatas de um calouro que se muda para uma nova cidade, longe do suporte familiar.

A história de Breno, divulgada em 2019, ressaltou a urgência de se discutir e fortalecer as políticas de permanência estudantil. É crucial que jovens talentos como ele, oriundos de escolas públicas e de famílias com recursos limitados, não apenas tenham acesso ao ensino superior, mas também recebam o suporte necessário para concluir seus cursos e transformar seus sonhos em realidade, contribuindo assim para um futuro mais promissor para si e para a sociedade.


Fonte: Correio 24 Horas (correio24horas.com.br)
Data da publicação original: 25 de janeiro de 2019


Alessandro Arnesy

Autor & Editor

Eix redator do programa 60 minutos. Hoje trabalha no MP e mantem esse blog com publicações periodicas.

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