1 de out. de 2008

É impressão minha ou as campanhas dessa eleição estão mesmo mais pobres?



Tem santinhos, tem carro de som enchendo o saco o dia todo (e a noite também), tem alguns adesivos para carro e umas bandeiras, alguns carros personalizados e algumas carreatas aqui e acolá. Muros pichados? Muito poucos. Parece até que tem mais pichação da eleição passada do que dessa, está perigoso ter gente que vai votar num candidato pensando que está votando no outro ou então votar nulo. Ta certo que quando o TSE proibiu showmíssios, brindes, camisetas e bonés (para lamento dos pobres coitados que constavam com as roupinhas que ganharam nas campanhas) as coisas ficaram mais difícil para o candidato que quisesse aparecer o tempo todo, o pessoal tinha que usar mais a criatividade, por isso a eleição passada foi bem mais sem graça que a anterior. O que não se explica é porque essa está batendo todos os recordes de paradeira. Dinheiro com certeza não é! Além da situação econômica hoje ser muito boa, com o nordeste sendo a região que mais cresce, os candidatos, como nos mostramos no Levantamento Patrimonial, até que está bem abonado. Sabe qual é? É falta de criatividade mesmo. Os que estão cuidando das campanhas dos candidatos fizeram um show bem pobre, onde faltaram propostas sérias e informações e sobraram vinhetas idiotas e ofensas verbais contra os adversários. Mas tudo bem, a democracia continua linda, nosso sistema eleitoral é o mais moderno do mundo e a fé e a esperança do nosso povo é infinita.

Vamos torcer para que a próxima seja melhor!

Quem é Analfabeto?



É polêmica a definição de analfabetismo. No Brasil, considera-se oficialmente alfabetizado quem sabe escreve um simples bilhete. Mas existem estudos indicando que quem não foi pelo menos quatro anos à escola, pode ser um analfabeto de fato.
Sem esses quatro anos para fixar as letras, a pessoa esqueceria o que aprendeu. Dentro desse critério, calcula-se que 41% dos brasileiros seriam analfabetos. Essa taxa tem um grave efeito político.
A democracia é o regime que garante a liberdade de todos escolherem os seus governantes. Mas só existe liberdade quando se pode optar. E só existe opção quando se tem informação.
Apesar das advertências sobre suas contradições, publicadas em jornais e revistas, Fernando Collor venceu as eleições á Presidência. Havia uma série de dados mostrando a diferença entre o que ele prometia e o seu passado, inclusive no campo da moralidade.
Por isso, a educação é um dos pilares básicos da democracia. Quanto maior a politização, mais difícil será a vida dos demagogos. Não é apenas uma questão política, mas de reclamar por todos os seus direitos. O direito de não morrer na fila do INSS, de ter seus direitos trabalhistas garantidos, de ser indenizado por ter ingerido produtos estragados, etc.

Gilberto Dimenstein em ‘O Cidadão de Papel’


Comentário de Luiz Carlos de Souza Santos:

Collor veio de Alagoas, um estado do Nordeste, uma região de peões e coronéis. Como todo bom patrício nordestino Collor aprendeu bem as técnicas de idiotificação com os velhos coronéis do sertão, tão bem que ludibriou o Brasil todo.
Um pobre sindicalista e ex-torneiro mecânico, de aparência rústica e fala ruin mas ainda assim um autêntico representante popular não foi páreo ao rapaz rico, branco, de boa lábia,bons modos e bem vestido mas com um caráter de mafioso que teve facilidade em dissimular para os alfabetizados que não queriam ser governados por um metalúrgico e melhor ainda para os analfabetos que se quer sabiam ler os jornais.
A técnica é bem simples, tanto que até um analfabeto pode entender, basta investir menos de 4% do PIB nacional em educação, só por dizer... de faz de contas.
Esse dinheiro da pra encher uma sala de aula de 10x10 metros com 50 ou 60 alunos, mal-pagar os professores e para o pão amassado com goiabada da merenda. Pronto! Tudo fica muito bem: os governantes fingem que investem em educação, os professores fingem que ensinam, os alunos não aprendem, crescem e se tornam adultos idiotas, e votam no político que melhor dominar a arte de idiotificar, este por sua vez finge que é honesto que se importa que tenha compromisso e que vai mudar as coisas. Eis o ciclo de sucesso que fará com que o Brasil se torne uma grande nação!

Muito obrigado, minha gente!

Pedofilia Midiática


A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Pedofilia é presidida pelo senador Magno Malta (PR-ES) e tem como relator o deputado Geraldo Resende (PMDB-MS), começo seus trabalhos em Abril deste ano, quase vazia e sem mídia, a comissão logo ganhou espaço em meio a uma maré de denuncias e a cobertura insistente da mídia, principalmente a TV Record, que parece não perder sequer uma prisão de pedófilo Brasil afora.
O que o cidadão comum e normal sente quando ouve manchetes como: “Pai abusou da própria filha de cinco anos”, “Mulher obrigava irmão de criação de 3 anos a manter relações sexuais” ou então “Avô que abusava de filha, agora molesta a neta”? Como é que você se sente? Certamente – se você for normal e não um deles – você sente asco, revolta e até certa incredulidade. Afinal como conceber que adultos possam sentir atração sexual por crianças e que alguns pais, mães, padastros, tios e professores, que deveriam apenas orientar, dar amor e carinho e garantir que a criança cresça feliz e saudável, preferem seduzi-las, machuca-las e viola-las, como se fossem seus “bichinhos sexuais”.
Decerto esta perversão sexual só é possível de analise á luz dos conhecimentos médicos adquiridos sobre o funcionamento do cérebro e do ciclo hormonal. De qualquer forma não é o meu objetivo neste artigo falar sobre o que faz alguém “gostar” de crianças, mas sim discutir o trabalho da mídia em conscientizar sobre o problema.
Logo depois que o Caso Isabela (a menina que supostamente foi asfixiada pela madrasta e jogada do sexto andar do edifício London pelo próprio pai, em São Paulo) começou a esfriar, a TV Record precisava de mais um show sensacionalista para garantir a audiência dos seus telejornais e também de seu novo canal: o Record News TV. Então houve a prisão daquele pai de santo que aliciava crianças, ás drogava e as oferecia a pedófilos, em troca, esses o sodomizavam, ou seja, introduziam o pênis em seu ânus e iniciavam o coito retal, perversão sexual na qual o pai de santo era (e ainda deve ser) viciado, enquanto seus parceiros eram (e certamente ainda são) tão viciados em violar crianças que não se importavam com o “inoportuno temporário”. Um desses parceiros era um tenente da Polícia Civil Fernando Neves que foi um dos policiais que atenderam a ocorrência no edifício London. Um dos advogados do casal Nardoni chegou a afirmar que o tenente havia dito para procurarem por um pedófilo que estaria pelas redondezas e poderia ter sido aquele que realmente a agrediu e a jogou pela janela, mas isso não se confirmou e a promotoria e a policia afirmam que é impossível que tenha havido uma terceira pessoa adulta no local do crime.
“Pedofilia, violência contra crianças. Isso deve dar audiência!”, deve ter pensado o diretor de jornalismo da TV Record. O que se seguiu pareceu até uma piada: os jornais da Record chegavam a mostrar até 3 casos de pedofilia em um único dia e o seu principal jornal, o Jornal da Record, exibiu uma série de cinco reportagens especiais sobre o tema durante uma semana.
Um crime, uma perversidade que não existe de hoje e nem é própria apenas do nosso país; de repente é mostrada e discutida amplamente na televisão, sendo que antes pouco se falava no assunto e pouca repercussão se dava aos casos. Isso por um lado é bom: com a divulgação as vítimas passam a tomar coragem para denunciar os abusos que sofrem e as pessoas ficam mais atentas aos sinais. É como se algo só existisse se a televisão diz que existe ou que muitas mães não acreditam em suas filhas a não ser que algum “especialista” diga na TV que se devem levar essas coisas a serio. Por outro lado: cria-se um clima de histeria coletiva, um clima de caça as bruxas onde inocentes podem ser acusados injustamente para depois caírem nas mãos de uma multidão enfurecida que rapidamente praticará um linchamento sem piedade.
Algum draconiano deve dizer que é melhor correr o risco de punir implacavelmente um inocente do que deixar que um culpado escape a lei e siga impune. É bom lembrar que tal pensamento, que pode muito bom ser transformado em comportamento, era típico dos bárbaros medievais e é incompatível com o Estado Democrático de Direito.
E já começam a aparecer casos de tentativas de linchamento de suspeitos de atentado violento ao pudor ou estupro contra crianças e adolescentes. Torço para que episódios como o da Escola Base não se repitam, pois seria a lamentável constatação de que ainda estamos na Idade Média, embora na “Idade Mídia”.

27 de set. de 2008

PARTE IX: FELICIDADE: Uma Pesquisa Científica.

Aprendi a procurar a felicidade limitando os desejos, em vez de tentar satisfazê- los.
J. Stuart Mill.

Por Neilton Lima. Professor, pedagogo e pós-graduando em psicopedagogia.

"Imagine um pescador que passa o dia inteiro no mar, tendo como vista uma bela praia do oceano Pacífico. Este mesmo indivíduo vive em média 68 anos, nunca será rico, mas consegue obter seu sustento sem deixar de preservar a natureza local. Imaginou? Pois é este o perfil das pessoas mais felizes do mundo, segundo estudo divulgado recentemente.
São eles os 211 mil habitantes da pequena Vanuatu, um arquipélago com 83 ilhas no Oceano Pacífico, distante 1.750 km da Austrália, que vivem da pesca, agricultura e de um turismo ainda pouco explorado. Longe do ideal de felicidade da maioria da população mundial – que imediatamente associa o termo com dinheiro e prazeres – os vanuatenses têm uma vida pacata, preservam sua praias e florestas e, em média, declaram-se satisfeitos com a própria vida. Quem estaria certo? O estudo? Os pescadores do Pacífico?
O Índice Planeta Feliz (IPF) foi criado com o objetivo de medir o grau de felicidade de uma população. No total, 178 países se classificaram a partir de um critério curioso: a comparação entre a expectativa de vida, o sentimento de alegria na população e quantidade de recursos naturais consumidos no País.
Surpresa!!! Vanuatu ficou em primeiro lugar. Os outros que lideraram as primeiras colocações na lista foram países latino-americanos que costumam ficar nas últimas colocações de qualquer outra lista econômica: Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, Panamá, Cuba, Honduras, Guatemala e El Salvador.
Inversamente, os países mais ricos do mundo, como Estados Unidos e França ocuparam as últimas posições devido ao consumismo desenfreado de sua população, que destrói o ambiente e não é capaz de deixar seus cidadãos felizes.
O Brasil ocupa a 63ª colocação, coincidentemente a mesma posição em que está no ranking de Desenvolvimento Humano da Organização das Nações Unidas (ONU), que também mede a qualidade de vida da população mundial.
O resultado da pesquisa parece mostrar que viver em lugares paradisíacos pode ser mais satisfatório do que acumular riquezas. Ou seja, o dinheiro contribui, mas não é o grande responsável. No entanto, isso não justifica a miséria das nações pobres.
"

Aquele Abraço!

REFERÊNCIA:

FILOSOFIA, Ciência & Vida. É possível ser feliz? - São Paulo: Escala.

 

Apoio:

  • Copyright © Despolitizado™ is a registered trademark.
    Designed by Templateism. Hosted on Blogger Platform.